ATA DA
PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 18.02.1994.
Aos dezoito
dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e noventa e quatro reuniu-se,
na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre
em sua Primeira Sessão Ordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da
Décima Primeira Legislatura. Às nove horas foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clóvis
Ilgenfritz, Eliseu Santos, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João Dib,
João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Pedro
Américo Leal, Pedro Ruas, Letícia Arruda, Edi Morelli, Darci Campani.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulso cópias da
Ata de Instalação da Segunda Sessão Legislativa, que foi aprovada. Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios: nºs 73, 87, 88, 89, 91, 95, 97, 98, 99/94, do
Senhor Prefeito Municipal, 25/94, da Secretaria Municipal da Fazenda, 01/94, da
Câmara Municipal de Pejuçara, 01/94, da Câmara Municipal de Gravataí, 01/94, da
Câmara Municipal de Nova Alvorada, 01/94, da Câmara Municipal de Capão do Leão,
01/94, do Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul, 02/94, da
Câmara Municipal de São Sepé, 02/94, da Câmara Municipal de Pantano Grande,
02/94, do Clube de Gerentes da Companhia Estadual de Energia Elétrica, 04/94,
da Câmara Municipal de Carazinho, 04/94, da Assessoria Especial para Políticas
Públicas da Mulher da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 06/94, do Tribunal
de Contas do Estado, 10/94, da Câmara Municipal de Cristal, 15/94 da União de
Vereadores do Rio Grande do Sul. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador
Antonio Hohlfeldt, 07 Pedidos de Providências e 01 Pedido de Informações nº
02/94 (Processo nº 150/94); pelo Vereador Divo do Canto, 01 Emenda nº 01 ao
Projeto de Lei do Executivo nº68/93 (Processo nº 2419/93), subscrita pelo
Vereador Jocelin Azambuja; pelo Vereador Eliseu Santos, 01 Requerimento
solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 122/93
(Processo nº 2340/93) e 01 Requerimento solicitando o desarquivamento do
Projeto de Lei do Legislativo nº 123/93 (Processo nº 2347/93); pelo Vereador
Guilherme Barbosa, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 04/94 (Processo nº
245/94) e 01 Requerimento solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 37/93 (Processo nº 2769/93); pela Vereadora
Helena Bonumá, 07 Requerimentos solicitando o desarquivamento dos Projetos de
Lei do Legislativo nºs 24, 108 e 155/93 (Processos nºs 708, 2156, 3005/93), dos
Projetos de Resolução nºs 22 e 27/93 (Processos nºs 1787 e 2369/93), do Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 34/93 (Processo nº 2443/93) e do Projeto
de Emenda à Lei Orgânica nº 80/93 (Processo nº 2185/93); pelo Vereador Henrique
Fontana, 01 Requerimento solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do
Legislativo nº 166/93 (Processo nº 3183/93); pelo Vereador Isaac Ainhorn, 02
Pedidos de Providências; pelo Vereador Lauro Hagemann, 02 Requerimentos
solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 91/90
(Processo nº 1429/90) e do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 19/93
(Processo nº 1430/93); pela Vereadora Maria do Rosário, 01 Pedido de
Providências e 01 Indicação nº 03/94 (Processo nº 361/94), pelo Vereador Pedro
Ruas, 01 Requerimento solicitando o desarquivamento do Projeto de Resolução nº
33/93 (Processo nº 2696/93). A seguir, o Senhor Presidente apregoou ofício do
Suplente Jacão Machado comunicando sua impossibilidade de assumir a vereança,
convidando todos para, em pé, assistirem a posse e a prestação de compromisso
pelo Suplente Luiz Machado, que integrará a Comissão de Constituição e Justiça,
em substituição do Vereador Wilton Araújo, conforme Requerimento aprovado em
dezesseis do corrente. Ainda, foi aprovada Licença para Tratamento de
Interesses do Vereador Décio Schauren, declarando o Senhor Presidente empossado
o Suplente João Pirulito, informando-lhe que integrará a Comissão de Educação e
Cultura. Foi, também, aprovada Licença para Tratamento de Saúde do Vereador
Divo do Canto, declarando o Senhor Presidente empossando o Suplente Edi
Morelli, informando-lhe que integrará a Comissão de Economia e Defesa do
Consumidor. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Lei
do Executivo nº 88/93. A seguir, constatada a existência de "quorum",
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi aprovado Requerimento do Vereador
Pedro Ruas, adiando por três Sessões a votação da Redação Final do Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 24/93. Em renovação de votação, foi aprovado por
dezenove Votos SIM e nove Votos NÃO o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 04/93, tendo votado Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Fernando Zachia, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João
Verle, José Gomes, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro
Ruas, Letícia Arruda, Darci Campani, João Pirulito, Luiz Machado, tendo votado
Não os Vereadores Eliseu Santos, Geraldo de Matos Filho, João Dib, Jocelin
Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Pedro Américo Leal e João
Bosco. O supra referido Projeto de Lei do Legislativo com as Emendas e o Substitutivo
a ele apostos foram encaminhados à votação pelos Vereadores Maria do Rosário,
João Dib, Antonio Hohlfeldt e Henrique Fontana. A seguir, foi aprovado
Requerimento do Vereador João Motta solicitando seja o Substitutivo nº 01
aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 04/93 dispensado da votação da
Redação Final. Em continuidade, o Senhor Presidente apregoou a Emenda nº 01 ao
Projeto de Lei do Executivo nº 68/93. A seguir, foi rejeitado em Votação
Nominal, por treze votos SIM e quatorze Votos NÃO, o Requerimento do Vereador
Jocelin Azambuja solicitando seja a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 68/93 dispensada do envio às Comissões, tendo votado Sim os
Vereadores Clênia Maranhão, Eliseu Santos, Fernando Zachia, Geraldo de Matos
Filho, Isaac Ainhorn, Jocelin Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do
Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro Ruas, Letícia Arruda, João Bosco, tendo votado
Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clóvis Ilgenfritz, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Gomes,
Mário Fraga, Pedro Américo Leal, Darci Campani, João Pirulito e Luis Machado. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado Requerimento do Vereador João Verle solicitando que o Projeto de
Lei do Executivo nº 68/93 tenha sua discussão adiada por três Sessões. Em 1ª
Sessão, Discussão Geral esteve o Projeto de Resolução nº 14/93, o qual foi
discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e João Motta. Em Renovação de
Votação, foi rejeitado em votação nominal, por doze votos SIM contra dezessete
votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, o Requerimento nº 292/93, tendo votado Sim os
Vereadores Geraldo de Matos Filho, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja,
Mário Fraga, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Edi Morelli, Letícia Arruda, João
Bosco, Eliseu Santos, Milton Zuanazzi, tendo votado Não os Vereadores Airto
Ferronato, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Fernando Zachia, Guilherme
Barbosa, Antonio Hohlfeldt, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Jair Soares, João
Motta, João Verle, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Darci Campani,
João Pirulito eMaria do Rosário e tendo optado pela Abstenção o Vereador Luiz
Machado. O Requerimento supra referido, de autoria do Vereador João Dib, foi
encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Clóvis Ilgenfritz, Milton
Zuanazzi, Antonio Hohlfeldt, Lauro Hagemann, Jocelin Azambuja e Fernando
Zachia. Durante a discussão do supra referido Requerimento foram formuladas
Questões de Ordem pelo Vereador Pedro Américo Leal no sentido de esclarecer se
a Comissão Parlamentar de Inquérito em pauta seria uma nova CPI ou a reabertura
da já existente e também pela Veradora Maria do Rosário no sentido de
esclarecer se os novos documentos apresentados pelo Vereador João Dib podem ser
anexados ao processo sem a reabertura da CPI. Durante a Sessão, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos das onze horas e dezesseis minutos às onze
horas e dezessete minutos. A seguir, foram aprovados os seguintes Votos de
Congratulações: do Vereador Antonio Hohlfeldt, com os Senhores Álvaro Antonio
Louzada Garcia e Luis Roberto Stern por terem sido eleitos para os cargos de
Presidente e Vice-Presidente do Conselho Regional de Economia, 4ª Região/RS,
para o exercício de 1994; do Vereador Gerson Almeida, com a Assessoria Especial
do Negro pelo passagem do seu primeiro ano de funcionamento; do Vereador Isaac
Ainhorn, com a Organização Sionista do Rio Grande do Sul pela posse de sua nova
Diretoria; do Vereador João Dib, com a Federação de Remo do Rio Grande do Sul
pela passagem do centenário de fundação da REMOSUL; do Vereador Jocelin
Azambuja, com a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul pela posse da nova
direção do Jardim Botânico, com o Arquivo Público do Estado do Rio Grande do
Sul, pela passagem do seu aniversário, com a Escola Estadual e 1º e 2º Graus
Presidente Roosevelt, pela passagem do seu aniversário, e com a AFM -
Associação dos Funcionários Municipais, pela passagem do seu aniversário; do
Vereador Pedro Ruas, com o Jornalista Jaime Copstein pela passagem do aniversário
do programa "Gaúcha na Madrugada", com o Desembargador José Vellinho
Lacerda, por sua recondução ao cargo de Presidente do Tribunal Regional
Eleitoral, e com o Senhor Fernando Sergio Lobato Dias, por sua posse como Chefe
da Assessoria Jurídica do Banco do Brasil. A seguir, foram aprovados os
seguintes Requerimentos da Vereadora Helena Bonumá: solicitando seja o período
do Grande Expediente do dia vinte e três de novembro do corrente ano dedicado a
homenagear o Dia Latino-Americano de Luta contra a Violênica Específica à
Mulher; solicitando seja o período do Grande Expediente da Sessão do dia trinta
de novembro do corrente ano dedicada a homenagear o Dia Internacional de
Prevenção à AIDS; solicitando seja o período do Grande Expediente da Sessão do
dia dois de maio do corrente ano dedicado à homenagear o Dia Internacional do
Trabalhador. Em Votação Nominal foi rejeitado Requerimento da Vereadora Helena
Bonumá solicitando seja o período do Grande Expediente da Sessão do dia vinte e
oito de setembro do corrente ano dedicada a homenagear o Dia Internacional de
Luta pelo Direito ao Aborto, por oito Votos SIM, sete Votos NÃO e três
ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Clênia Maranhão, Geraldo de Matos
Filho, Helena Bonumá, João Verle, Pedro Ruas, Darci Campani, João Pirulito e
José Gomes, tendo votado Não os Vereadores João Dib, Luiz Negrinho, João Bosco,
Luiz Machado, Airto Ferronato, Fernando Zachia e Jair Soares, e tendo optado
pela Abstenção os Vereadores Isaac Ainhorn, Jocelin Azambuja e Pedro Américo Leal.
A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Vereador Jocelin
Azambuja, solicitando seja convidado o Senhor Hélio Corbellini, Diretor Geral
do Departamento Municipal de Habitação, para vir a esta Casa prestar
esclarecimentos sobre o reassentamento dos moradores da Vila Cai-Cai no Morro
do Osso; do Vereador Divo do Canto, solicitando seja o período de Comunicações
da Sesssão do dia vinte e seis de setembro destinado a homenagear o transcurso
do Dia Nacional do Idoso. Na ocasião, o Vereador João Dib solicitou à
Presidência da Casa uma cópia autenticada do parecer da Comissão de
Constituição de Justiça sobre o Requerimento nº 292/93 supra discutido e
votado, dizendo que com este parecer pretende uma representação judicial.
Ainda, foi aprovado Requerimento do Vereador Darci Campani solicitando seja
convidado a comparecer a esta Casa o Presidente do Comitê de Gerenciamento da
Bacia do Rio Gravataí, para esclarecer sobre a ação desse Comitê. Na ocasião, o
Senhor Presidente informou que o período de licença do Vereador Divo do Canto é
de dezoito a vinte e oito de fevereiro do corrente ano e do Vereador Décio
Schauren é somente no dia de hoje, registrando, também, a presença em Plenário
dos senhores Vereadores João Bosco e Airto Ferronato. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS,
o Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações sobre o problema da falta de
funcionários que prestem atendimento na FAE - Fundação de Assistência ao
Educando, lembrando que este órgão é dirigido pela suplente de Vereadora Mariza
Abreu. Destacou a importância deste órgão na venda de material escolar a preços
menores, sugerindo o firmamento de um convênio emergencial com a Prefeitura de
Porto Alegre para sanar essa carência de recursos humanos. O Vereador Pedro
Ruas lembrou o transcurso dos dezessete anos da cassação do ex-Vereador desta
Casa, Marcos Klasmann . Citando a figura do também cassado e ex-Vereador Glênio
Peres, disse que os novos cassados do País, os da Comissão Parlamentar de
Inquérito do Orçamento do Congresso Nacional, também constroem a história
nacional, porém, pelo lado negativo. Por fim, disse que o exemplo dos
Vereadores cassados na época da ditadura militar representam um exemplo de
dignidade para as próximas gerações. Em COMUNICAÇÕES DE LÍDER, o Vereador João
Dib registrou o conhecimento que teve de novos documentos referentes à Comissão
Parlamentar de Inquérito da Fundação Universidade Empresa de Ciência e
Tecnologia - FUNDATEC, declarando sua contrariedade à atuação do Vereador
Guilherme Barbosa e ao tratamento dispensado pelo Vereador Clóvis Ilgenfritz.
Anunciou, ainda, sua tristeza em acionar na Justiça a Câmara Municipal de Porto
Alegre pela decisão que Sua Excelência entende equivocada acerca da abertura de
uma CPI para apurar novos fatos na FUNDATEC. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o
Vereador Mário Fraga reportou-se à carta enviada pelo Senhor Dieter Wartchow,
Diretor do Departamento Municipal de Água e Esgotos, ao Jornal do Comércio onde
afirma que este ano o DMAE aplicará treze por cento de seus recursos no Bairro
Belém Novo. Manifestou seu entusiasmo em ter, agora, algo concreto para cobrar
da Administração Municipal com relação ao referido bairro. Declarou, ainda, sua
surpresa com as afirmações do Diretor do DMAE, dizendo que se esse órgão
realizar a metade do que promete, já estará contente. Às onze horas e cinqüenta
e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Luiz Braz e secretariados pelos Vereadores Luiz
Negrinho, Milton Zuanazzi e Pedro Américo Leal, este como Secretário "ad
hoc". Do que eu, Luiz Negrinho, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos
Senhores 1º Secretário e Presidente.
(A Ata digitada nos Anais é cópia fiel do documento original.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz):
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 3088/93 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
88/93, que
autoriza o Executivo Municipal a aprovar projeto do Departamento Autônomo de
Estradas de Rodagem - DAER de edificação sobre via pública no Largo Vespasiano
Julio Veppo, e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Não há oradores inscritos
em Pauta. Antes de iniciarmos a Ordem do Dia, comunicamos que, com o
afastamento do Ver. Wilton Araújo por Licença para Tratamento de Saúde, deveria
tomar posse o suplente Jacão Machado, mas ele nos envia uma correspondência
dizendo da sua impossibilidade, no momento, de tomar posse aqui, neste
Legislativo. Portanto, de acordo com a linha sucessória da suplência do PDT,
está presente o Ver. Luiz Machado, a quem eu convido para fazer o juramento
diante do Plenário, já que é a primeira vez que vem tomar posse nesta
Legislatura. Solicito que venha à tribuna e peço que os Srs. Vereadores, de pé,
possam ouvir o juramento do Suplente Luiz Machado, que toma posse pela primeira
vez.
O SR. LUIZ MACHADO: "Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre,
defender a autonomia municipal e exercer com honra, lealdade e dedicação o
mandato que me foi conferido pelo povo."
O SR. PRESIDENTE: A Mesa declara empossado o
Suplente Luiz Machado, que integrará a Comissão de Constituição e Justiça.
Sobre a mesa, Requerimentos de Licença para Tratar de Interesses
Particulares, do Ver. Décio Schauren, e de Licença para Tratamento de Saúde, do
Ver. Divo do Canto.
(Obs.: Foram aprovados Requerimentos de licença dos Vereadores Décio
Schauren e Divo do Canto e dada posse aos suplentes, conforme consta na Ata.)
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
VOTAÇÃO
PROC. 1765/93 - REDAÇÃO FINAL, do Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 24/93, do Ver. Pedro Ruas, que acrescenta
parágrafo único ao art. 15 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992
(Código de Edificações de Porto Alegre), e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Pedro Ruas, solicitando seja a Redação Final do PLCL nº
24/93 adiada em sua votação por três Sessões.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO
PROC. 0532/93 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 04/93, da Ver.ª Maria do Rosário, que cria o Conselho Municipal de
Transportes Urbanos (COMTU). Com Emendas
de nºs 01 a 13 ao Projeto; com Substitutivo nº 01.
PARECERES
- da CCJ. Relator, Ver. Elói Guimarães: pela
rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CFO. Relator, Ver. Antonio Hohlfeldt:
pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 02 a 09; pela rejeição da Emenda nº
01.
Observação:
- renovação
de votação, art. 196 do Regimento;
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta - art. 82, § 1º, I, da Lei
Orgânica.
O SR. PRESIDENTE: Primeiro, vota-se o
Substitutivo nº 01, que é da própria autora, Vera. Maria do Rosário. Se
rejeitado o Substitutivo, votaremos o Projeto principal.
Em votação o Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 04/93. (Pausa.) A Vera.
Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, este Projeto volta à pauta desta Casa, à votação, à nossa Ordem do
Dia, com o objetivo de discutirmos mais um pouco e deliberarmos sobre o
Conselho Municipal de Transportes no sentido da modificação do Conselho, no
sentido mais preciso da sua adequação à nova realidade que nós vivemos.
A verdade é que o Conselho, apesar de levar tanta fama, de ter
responsabilidade quanto ao reajuste da tarifa, quanto à questão da qualidade do
transporte coletivo em Porto Alegre, hoje trabalha em precárias condições, seja
do ponto de vista legislativo, pois a lei que o ampara não se refere à Lei
Orgânica atual, mas corresponde à Lei Orgânica anterior do nosso Município, seja
do ponto de vista da sua composição e tarefas propostas. Nós centramos este
Projeto, que foi alvo de muita discussão com a comunidade, em alguns aspectos.
O primeiro deles é garantir a adequação à nova Lei Orgânica a partir da
proporcionalidade, da paridade, melhor dizendo, entre os representantes
prestadores de serviço, Administração Municipal e usuários do transporte
coletivo.
Nesse sentido, de uma composição hoje majoritariamente definida por
prestadores de serviço e administração, passaremos, com a aprovação deste
Projeto e a sua sanção pelo Prefeito Municipal, a um Conselho com uma
composição proporcional, em que os usuários, os segmentos que cotidianamente
utilizam o transporte coletivo para a sua vida, poderão participar das
definições acerca da prática de transporte da Capital.
É exatamente esse o sentido da nossa Lei Orgânica Municipal: o sentido
dos Conselhos como instâncias de participação da comunidade, da sociedade civil
na Administração Pública, participação essa de forma direta, de forma conseqüente,
com a possibilidade de deliberar conjuntamente com a Administração nas
políticas municipais do transporte coletivo.
Faço questão de registrar que este Projeto foi alvo de muita
articulação com a própria sociedade, que se fará representar, nesse Conselho, a
partir da aprovação do Projeto, a partir da lei, também com a SMT e com a
Administração Municipal, que considera importante - o Secretário Nazareno, de
uma forma particular - a aprovação para
um Conselho que seja verdadeiramente representativo da sociedade, das
deliberações do transporte coletivo da nossa Cidade. Mas ainda, com esta Casa,
com as diversas bancadas no sentido da contribuição, muitas críticas são feitas
desta tribuna acerca do transporte coletivo. A verdade é que não alcançamos ainda
um transporte de qualidade, eficiente e com uma tarifa justa.
A Administração Municipal busca, e com muita razão, as razões nacionais
dos grandes monopólios que condicionam o preço dos insumos e a elevação da
tarifa. No entanto, existem também condicionantes que estão no âmbito
municipal, desde a questão do senso, a mediação do IPK, as questões referentes
aos ganhos financeiros com o vale-transporte, e somente com um Conselho que
tenha a cara da sociedade, a participação da sociedade, dentro dele é que
poderemos estabelecer uma parceria que defina rumos melhores para o transporte
coletivo da Capital do Estado do Rio Grande do Sul, que tem uma importância
enorme na vida dos cidadãos porto-alegrenses.
Uma crítica se fez: com esse Conselho se passaria por cima da
Secretaria da Administração. Absolutamente, Srs. Vereadores, não! Eu chamo a
atenção quando, no art. 5º, prevemos como finalidade do Conselho propor,
fiscalizar, opinar e deliberar, sem prejuízo de competência superior, sobre
diversas questões.
Para concluir, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, parece que, com a
aprovação deste Projeto, a Câmara Municipal de Porto Alegre mantém-se no
caminho de garantir à população da nossa Cidade a maior participação possível
nas definições, nos rumos da política pública do nosso Município. E, se a nossa trajetória é democrática e a
trajetória do povo de Porto Alegre é democrática, é participativa, precisamos
da aprovação deste Projeto, que não é meu, mas da sociedade de Porto Alegre,
conforme está a confirmar esta sociedade.
Peço, portanto, a V. Exas. a aprovação deste Projeto de Lei
Complementar, que engrandece, com certeza, esta Casa, engrandece Porto Alegre,
a partir da discussão que houve sobre ele na sociedade rio-grandense. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João
Dib para encaminhar o Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 04/93.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, na quarta-feira, desta tribuna, eu elogiava a Administração
Municipal porque, acordando, resolvera assumir as suas responsabilidades.
Responsabilidade é algo que não se transfere, se assume, e a Administração da
Prefeitura tem sido tremendamente omissa quanto às suas responsabilidades,
jogando muita coisa em cima do tal de Orçamento Participativo, mas não as
questões de grande relevância para a Cidade. Por exemplo: criar mais mil cargos
de funcionários, aí não precisa ir para o Orçamento Participativo; alterar a
estrutura de um departamento não precisa ir para o Orçamento Participativo; criar novas Secretarias também não
precisa ir para o Orçamento Participativo.
O Conselho Municipal de Transportes tem sido usado para transferir
responsabilidades, responsabilidades sobre a tarifa que é exclusivamente do
Prefeito, e este, de forma incorreta, disse: "O Conselho aprovou e eu dou
tanto; aprovou mais e eu dou menos." Isto não é sério, correto ou digno. É
por isso que o projeto que a Vereadora pretende que seja aprovado por esta Casa
entendo que não pode ser aprovado até porque ela ressaltou o art. 5º: "propor,
fiscalizar, opinar e deliberar, sem prejuízo da competência superior." A
competência superior é o Prefeito! Então, ele não faz coisa nenhuma.
O que precisa, Vera. Maria do Rosário, é de uma reestruturação dentro
da Secretaria Municipal dos Transportes. Estas que estão aqui colocadas são
determinações para que a Secretaria de Transportes faça - como é o censo de
passageiros -, como são todas as medidas aqui colocadas. A autonomia política e
financeira não pode ter um Conselho. Por isso, eu acho que a idéia da Vera.
Maria do Rosário é de fazer com que a população saiba por que e como se calcula
a tarifa, mas não vai chegar ao seu objetivo com este Projeto, que é de o
Prefeito assumir a sua responsabilidade. Eu digo, com toda a tranqüilidade - o
que estou fazendo agora: quando Prefeito, esta Câmara resolveu que deveria
fixar as tarifas. Ora! É um transtorno a menos para o Prefeito, mas eu acho que
responsabilidade se assume e não se transfere. Fui brigar na Justiça. Perdi na
primeira e segunda instâncias, e a Prefeitura ganhou na terceira. Acho que não
tinha por que transferir a responsabilidade do Prefeito. Ele que explique
direito: por que acontece, onde estão os erros e acertos.
Eu acho que este Projeto não deve prosperar. A idéia pode ser boa - de
se fazer a transparência do cálculo tarifário para que a população conheça -,
mas o Conselho de Transportes não é o instrumento para o objetivo proposto pela
Vera. Maria do Rosário. Portanto, eu encaminho contrariamente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para encaminhar o Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 04/93.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, antes que se relembrem as instruções e os encaminhamentos que nós
fizemos deste Projeto no semestre passado, gostaria de lembrar que, quando
integrava a Bancada do Governo, fui indicado pelos companheiros de bancada para
negociar junto com a Vera. Maria do Rosário a Redação Final deste Projeto.
Depois de muitas idas e vindas, nós chegamos a um consenso. Um conjunto de
emendas, todo um debate que envolveu boa parte da estrutura da Secretaria dos
Transportes e o Projeto aqui apresentado, que não foi aprovado por falta de um
voto - espero que hoje consiga este voto faltante - tenta fazer algumas
modificações que são importantes.
A composição do Conselho, inclusive dentro do espírito do que esta Casa
já fez em relação a outros Conselhos... Por exemplo, o Conselho da Saúde, que é
um Conselho numeroso, mas que atende a diferentes segmentos da população e por
isso deve trazer para seu âmbito as contradições, os interesses oponentes que
se colocam nesta área. No transporte, houve, ao longo de anos - culminou, com o
início da gestão do Prefeito Olívio Dutra, com um conjunto de debates -, uma
radicalização em torno dessas questões que envolvem o transporte coletivo de
Porto Alegre, hoje já mais tranqüilo.
Tem razão o ex-Prefeito Dib. Não vai adiantar nada nós mexermos no Conselho, mas não mudarmos a atuação dos
próprios responsáveis pela Secretaria Municipal de Transportes. Sou amigo
pessoal do titular da SMT - o companheiro Nazareno Afonso -, mas confesso aos
senhores que me sinto profundamente decepcionado com a atuação do Secretário e
sua equipe, sobretudo a equipe vinda de fora, componentes que vieram de São
Paulo com ele. A essas alturas, não se pode mais dizer que seja por
desconhecimento de Porto Alegre. É, sim, por outros motivos.
Eu dizia aos companheiros do PT que eu pretendo, a partir dos próximos
dias, realizar aqui uma série de discursos, fazendo uma análise objetiva do que
é a SMT ou do que não está sendo a SMT, a começar pela falta absoluta da
fiscalização, que inexistiu ao tempo do Secretário Diógenes Oliveira, que
inexiste no tempo do Secretário Nazareno Afonso e que faz com que ocorra isso
que ocorreu algum tempo atrás. Um Vereador se vê obrigado a fazer uma série de
Pedidos de Providências, porque os fiscais da SMT não estão na rua. E não é
porque os fiscais não querem ir para rua. É porque não existe uma autoridade
que seja capaz de organizar um projeto de fiscalização.
Hoje pela manhã, vindo para cá, assisti ao táxi-lotação 439 descendo a
Protásio Alves por dentro do corredor de ônibus, em altíssima velocidade, sem
que ninguém coíba. E até que façamos o Pedido de Providências e chegue na SMT,
etc... Acho que esse tipo de coisa não é o Projeto da Vera. Maria do Rosário
que vai mudar. Agora, de toda maneira, sou favorável ao Projeto. Acho que ele
muda a própria idéia que era aquele antigo COMTU, que foi montado num tempo em que
a Secretaria se abria, num primeiro momento, para a população de Porto Alegre.
Mas hoje são tempos diferentes, embora tenhamos, nesta Casa, Vereadores que não
acreditam na participação, na representação mais participativa da população. Eu
acredito.
E, neste sentido, evidentemente, encaminho favorável, esperando que
desta vez consiga os dezessete votos e, sobretudo, possamos acompanhar, Vera.
Maria do Rosário, o que vai fazer o CMTU novo, porque às vezes temos decepções.
Espero que uma entidade vá lá fazer a representação correta. Já tivemos essa
experiência malfadada com a FRACAB, com o Sr. Acosta. Não é culpa da FRACAB,
mas de uma pessoa que representou a entidade em certo momento junto ao DAER. Ou
tivemos, na época, a representação do DIEESE, quando fui Secretário, e pensei
que indicar alguém do DIEESE seria fantástico, ter um acompanhamento. O
cidadão, representante do DIEESE, jamais compareceu no Conselho, o que, depois,
me levou a fazer uma modificação.
Eu acho que o Projeto é positivo e encaminhamos favoravelmente. Vamos
votar a favor do Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana
está com a palavra para encaminhar o Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 04/93.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, pela segunda vez, na verdade, uma renovação de votação tem mérito
inequívoco, que é o mérito de ampliar o controle social sobre as diversas
instâncias do Estado. Aliás, a única garantia que todos nós temos de um futuro
melhor ao nível da política nacional, ao nível da gestão da coisa pública, é,
exatamente, o controle da sociedade
sobre aquilo que lhe pertence, pois tudo que é público é de cada um de nós.
O Projeto da Vera. Maria do Rosário, seguramente, pode receber críticas
em algumas questões, como a que o Ver. João Dib colocou. Ela não apresenta este
Projeto e nem a nossa bancada vota a favor deste Projeto imaginando que ele
possa promover um milagre, que possa resolver todos os problemas do transporte
coletivo da Cidade de Porto Alegre, mas entendemos, com muita convicção, que
quanto mais a população estiver envolvida no controle do transporte coletivo,
como de outros setores dos serviços públicos essenciais e outros, melhores
serão esses serviços.
Portanto, a Bancada do PT, que participou, como colocou nosso
ex-companheiro de partido Antonio Hohlfeldt, de todas as negociações em torno
do Projeto, apóia integralmente e apela à Câmara dos Vereadores que apóie este
Projeto. Na última votação nós perdemos por um voto.
Quantas vezes, desta tribuna, ouvi a preocupação dos Srs. Vereadores
com o rumo do transporte coletivo! Ora, se este Projeto abre espaço para um
maior controle popular, para que a discussão em torno do transporte coletivo em
Porto Alegre seja mais democrática, ou seja, que ela entre cada vez mais no
dia-a-dia da sociedade, no que é que perderemos com este Projeto? Este é o
desafio que coloco para aqueles que estão em dúvidas sobre este Projeto.
Pensem: se este Projeto não vai resolver todo o problema do transporte coletivo
- isto é óbvio -, ele não vai atrapalhar. Ele só vai contribuir para a melhoria
do transporte coletivo em Porto Alegre.
Por este motivo, a Bancada do Partido dos Trabalhadores encaminha
favorável a este Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Substitutivo
nº 01, da Vera. Maria do Rosário, ao PLCL nº 04/93. (Após a chamada.) APROVADO o Substitutivo nº 01 ao PLCL
nº 04/93 por 19 votos SIM, 09 votos NÃO. Prejudicado, portanto, o Projeto
original.
Requerimento de autoria do Ver.
João Motta, solicitando que o Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 04/93 seja
dispensado da distribuição em avulsos e interstício para a sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2419/93 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 68/93, que dispõe sobre o vencimento das contas de água e esgotos.
PARECERES
- da CCJ. Relator, Ver. Luiz Braz: pela
aprovação;
- da CFO. Relator, Ver. João Dib: pela
aprovação;
- da CEDECON. Relator, Ver. Gerson Almeida:
pela aprovação;
- da COSMAM. Relator, Ver. Eliseu Santos:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa apregoa a Emenda nº
01, de autoria do Ver. Divo do Canto, ao PLE nº 68/93.
Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja, que solicita dispensa do envio
da Emenda às Comissões para Parecer. Em votação. (Pausa.) (Após a chamada.) REJEITADO o Requerimento do Ver.
Jocelin Azambuja por 13 votos SIM e
14 votos NÃO.
Sobre a mesa, Requerimento, também em relação a este Projeto, assinado
pelo Ver. João Verle, que pede o adiamento da discussão por três Sessões, de
acordo com o art. 171 do Regimento.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
1ª SESSÃO
PROC. 1373/93 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 14/93, da Mesa, que acrescenta
dispositivos na Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 (Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre.) Com Emendas
de nºs 01 a 67; Subemenda nº 01 à Emenda nº 04; Subemenda nº 01 à Emenda nº 01;
Subemenda nº 01 à Emenda nº 06; Subemenda nº 01 à Emenda nº 12; Subemenda nº 01
à Emenda nº 14; Subemenda nº 01 à Emenda nº 16; Subemenda nº 01 à Emenda nº 31;
Subemenda nº 01 à Emenda nº 37; Subemenda nº 01 à Emenda nº 44.
PARECER da Comissão Especial. Relator, Ver. João Motta:
conclusões:
- pela
rejeição do Projeto de Resolução nº 01/93 - Proc. 0282/93;
- pela
aprovação dos artigos 1º, 2º, 3º, 4º, 6º (com a Emenda nº 53), 10 (com a Emenda
nº 61), e 11, do Projeto de Resolução nº 14/93 - Proc. 1373/93;
- pela
rejeição doa artigos 5º, 7º, 8º e 9º, do Projeto de Resolução nº 14/93 - Proc.
1373/93;
- pela
rejeição das Emendas nºs 02, 03, 04 (com Subemenda nº 01), 08, 09, 18, 19, 20,
22, 25, 26, 27, 28, 29, 36, 39, 40, 41, 42 e 45, apostas ao Projeto de
Resolução nº 14/93 - Proc. 1373/93;
- pela
aprovação das Emendas nºs 01 (com Subemenda nº 01), 05, 06 (com Subemenda nº
01), 07, 10, 11, 12 (com Subemenda nº 01), 14 (com Subemenda nº 01), 15, 16
(com Subemenda nº 01), 17, 21, 23, 24, 30, 31 (com Subemenda nº 01), 32, 33,
34, 35, 37 (com Subemenda nº 01), 43, 44 (com Subemenda nº 01), 46 e 47; e das
Emendas nºs 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60 e 61;
- pela
aprovação das Subemendas nºs: 01 à Emenda nº 01; 01 à Emenda nº 06; 01 à Emenda
nº 12; 01 à Emenda nº 14; 01 à Emenda nº 16; 01 à Emenda nº 31; 01 à Emenda nº
37; 01 à Emenda nº 44.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. O Ver.
Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir o PR nº 014/93.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, um dos temas que mereceu o maior número de emendas por parte dos
companheiros Vereadores desta Casa na preparação do Regimento Interno foi
aquele que diz respeito à modificação dos dias das Sessões e da própria
organização da Ordem do Dia.
Há Vereadores que pretendem diminuir a participação popular em relação
à Tribuna Popular; há Vereadores que pretendem diminuir a participação de
Vereadores na discussão genérica. De um modo geral, boa parte das emendas
diminui o tempo dos discursos dos Vereadores tanto nos tempos de Grande
Expediente, Comunicações, quanto nos tempos de discussões, projetos e
encaminhamentos. E há, sobretudo, emendas que pretendem acabar com as Sessões
das segundas e das sextas-feiras.
Eu participei, até como Presidente desta Casa, em 1990, não só nos
encaminhamentos finais em relação à Lei Orgânica nova, como muito especialmente
da grande revisão do Regimento Interno, quase um Regimento totalmente novo, que
se realizou e que teve, entre outros Vereadores com participação efetiva, o
Ver. Lauro Hagemann, que era Coordenador daquela Comissão, o Ver. Vieira da
Cunha e outros Vereadores.
Naquela época, a Mesa Diretora, com as Assessorias Técnicas da Casa,
especialmente a Assessoria Técnica Parlamentar, ATP, e a Assessoria Legislativa
da Casa, mesmo depois de encaminhado todo o trabalho da Comissão, nós
localizamos mais de cem questões diferentes e oferecemos ao Plenário da Casa
sugestões e emendas, já a partir da experiência da própria Mesa, e que foram,
na maioria, aceitas pelo próprio Plenário. Isto não significou que tivéssemos
um Regimento perfeito; isto nos mostra também
a necessidade de fazer novas adaptações, novas modificações. No entanto,
eu tenho algumas preocupações.
Evidentemente que a participação popular é uma questão de postura
ideológica. Eu vou sempre discordar do Ver. Pedro Américo Leal, com todo o
respeito - eu ainda o vi, ontem, na televisão -, porque eu defendo a visão
participativa do processo político. Não me sinto diminuído pelo fato de, sendo
eleito, encontrar aqui companheiros do movimento popular, de entidades
diversas, conversando conosco neste Plenário, dentro da previsão dos três dias
da semana. Também não acho que será sangria desatada se, eventualmente, a
Câmara resolver reduzir esse tempo, mas eu votarei contra.
Acho que as três oportunidades potenciais vão aumentar ou diminuir, no
uso concreto, conforme maior ou menor crise que nós tenhamos, a maior ou menor
necessidade que a população sinta de vir a esta Casa e se fazer, então, ouvir.
E acho que isto é bom para nós, até para sabermos dos nossos votos, avaliar a
repercussão das nossas atividades. Então, eu, pessoalmente, sou favorável que
se mantenham os tempos da tribuna como estão, os seus dez minutos, três vezes
por semana; por enquanto, são as três Sessões de votações plenárias que temos
aqui. Mas é uma diferença ideológica que discordo, e respeito a posição do Ver.
Pedro Américo Leal - permito-me citá-lo já que o senhor tem tomado essa posição
pública, sem nenhum problema.
Preocupou-me que Vereadores queiram cercear-se, diminuindo seus tempos
de manifestação nesta Casa. O Legislativo tem como característica a
possibilidade da expressão dos diferentes segmentos que aqui estão
representados. A característica de um Legislativo é exatamente o debate. Muitos
podem dizer que os Vereadores ficam trocando figurinhas em Plenário - como se
fala, eventualmente, da Assembléia, da Câmara Federal ou do Congresso -, mas é
da troca de figurinhas que muitas vezes ganhamos tempo para fazer aquele acordo
político, que depois resultará numa votação que encaminhará o problema. É dessa
troca de figurinhas, aparentemente sem nexo, que nascem algumas das questões
básicas que vão ser discutidas nesta Casa.
Preocupa-me, e essa foi uma das modificações que fizemos no Regimento
que vige hoje, porque houve momentos, nos últimos dois, três anos, que pedido
de modificação da ordem dos trabalhos nesta Casa fez com que Vereadores que não
fossem líderes - e essa foi uma das brigas do Ver. Ferronato - não falassem mais
em Plenário. Porque, quem não era líder ou não conseguisse ser designado para
representar a bancada, não falava. E achamos que isso é um problema maior nas
grandes bancadas; não será um problema pessoal meu, neste momento, mas já foi
no ano passado, porque éramos uma bancada de dez, como o PDT era uma bancada de
nove. Nas bancadas maiores temos esse problema. O Ver. Jocelin Azambuja já
enfrentou esse problema no seu partido. O Ver. Ferronato reclamava disso quando
era uma bancada de dois no PMDB, e o Ver. Clóvis Brum, na época, não dava
chance para ninguém falar. Parece-me um contra-senso que, sobretudo num ano
eleitoral - e aí é que não estou entendendo a lógica de um conjunto determinado
de emendas -, resolvamos cassar a nossa própria palavra, diminuindo tempos. É
importante, e isso está surgindo no novo Regimento, que se limite o número de
inscrições ao debate, por exemplo, na discussão de projetos. Porque muitas
vezes, para fazer representação, quando temos o Plenário lotado, estão
presentes os trinta e três Vereadores, com trinta e um falando exatamente a
mesma coisa, mas todos querendo falar. Assim mesmo, acho que é legítimo, porque
os trinta e três Vereadores têm mandato, com mais ou com menos votos. Os trinta
e três representam esta Cidade e, portanto, os trinta e três Vereadores têm o
direito da fala. Mas, de qualquer maneira, para o bom andamento das coisas,
limitar o número de inscrições em determinados momentos pode resolver, embora,
muitas vezes, possa também nos atrapalhar, enquanto não se consegue fazer as
costuras dos debates políticos para resolver aquilo que depois a votação vai
encaminhar.
O Ver. Pedro Américo Leal, que tem uma bela experiência como Deputado,
o Ver. Lauro Hagemann, que tem uma longa experiência nesta Casa, sabem que, às vezes,
amarrar uma Sessão, às vezes uma longa discussão... O Ver. João Dib, que foi
Prefeito desta Cidade, sabe: é aquele momento em que a Liderança do Governo faz
o contato com o Palácio e volta com uma informação e vamos resolvendo. A gente
faz um acerto e se consegue votar o melhor no resultado final.
Por isso me preocupa que haja um conjunto de emendas que diminua o
tempo, em qualquer momento, da Sessão. E quero dizer que vou votar sempre
contrário à diminuição de tempo. Acho que a autocassação é um absurdo, e vamos
estar nos cassando aquilo que é a característica do Legislativo, que é a fala,
que é o discurso. Temos muita razão, muitos de nós, quando reclamamos que
estamos falando demais e fazendo pouco. Tudo bem! Mas acho que isto é um
problema da responsabilidade do Vereador, do bom senso do Vereador, mas não da
coibição dentro do Regimento Interno, de maneira que não nos permita falar,
quando for necessário falar. Que se dê o tempo disponível; que se garanta que
existe esse tempo quando ele for necessário!
A terceira questão, Srs. Vereadores, é a que vai preocupar boa parte de
todos nós, mas que nem por isto pode ser tratada como um "en
passant": esta troca de Ordem do Dia, centralizando os trabalhos de
votação na terça, quarta e quinta-feira, deixando a segunda e sexta-feira
livres. Nós poderemos dar qualquer explicação que queiramos. Agora: ninguém vai
deixar de achar que nós só fizemos isto porque tem uma campanha para Deputado
Estadual e Deputado Federal. Não temos a menor dúvida que cabe essa concentração.
Agora, nós, Vereadores, não temos explicações a dar nessa concentração, a não
ser a de que estamos pensando em nossas campanhas, e, aí, os senhores me
desculpem - para quem estiver pensando diferente -, mas acho que nós estaremos
fazendo uma anticampanha. Eu, pelo menos, eleitor comum, não votaria num
Vereador que mudasse esse Regimento simplesmente porque está interessado em
viajar, em ter mais tempo. Acho que é um problema de organização.
Nós temos Sessão segunda-feira à tarde e sexta-feira pela manhã. Nós já
temos soluções. Vamos fazer campanha? Saímos sexta-feira à tarde e voltamos
segunda-feira pela manhã. É o tempo suficiente para se fazer campanha,
evidentemente respeitando as disposições de outros Vereadores, mas delimitando
algumas das questões que me preocupam e que dizem respeito à imagem da Casa, da
política e dos políticos como um todo. Certas mudanças podem vir contra e não a
nosso favor. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João
Motta para discutir o PR nº 014/93.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós, da Comissão, quando fizemos a discussão do Regimento, tivemos
como referência, pelo menos de minha parte, creio que também da maioria dos
membros, algumas idéias básicas sobre o funcionamento e a visão que envolvem a
idéia da imagem do Legislativo. Portanto, eu diria que nós fazemos uma
discussão sobre o Regimento Interno sem levar em conta o que embasa essa
discussão. Acho que corremos o risco de apanhar as coisas, levando em conta
algumas particularidades. Nós não podemos, portanto, subordinar a reforma do
Regimento Interno da Câmara ao problema de um Vereador que nem sempre está
disposto a usar da palavra num encaminhamento e, quando está com desejo de
assim o fazer, se sente bloqueado pelo Regimento. Este seria um aspecto
secundário na questão da reforma. Portanto, se eu acho que este seria um
aspecto secundário, quais seriam os fundamentais?
Uma das questões fundamentais que devem nortear qualquer Legislativo
hoje, no que diz respeito à adequação do seu Regimento Interno, é, sem dúvida
nenhuma, a racionalização do tempo e a racionalização das discussões. Não foram
nem uma, nem duas vezes que este Plenário ficou perdendo tempo com
manifestações completamente desnecessárias sobre projetos que não tinham tanta
importância. A maioria dos parlamentares usava a palavra à procura de um espaço
na imprensa. Esse tipo de lógica tem que acabar nos Legislativos. Nós temos que
pensar em uma imagem. Os Legislativos, hoje, diante do quadro em que o Brasil
vive, que a sociedade brasileira vive, que o Estado brasileiro vive, as
instituições políticas vivem, têm que se postar a partir de um outro grau de
responsabilidade política, senão nós vamos fazer uma discussão sobre a reforma
do Regimento subordinados por caprichos e particularidades.
A minha intervenção é uma autocrítica. Eu também incorri em erros de
tentar usar a tribuna para tentar apostar em uma possibilidade de aparecer num
veículo de comunicação. Isso é um absurdo. O Legislativo não pode conviver com
esse tipo de prática política. Ou tudo aquilo que o Congresso Nacional está
vivendo não vale nada, ou não refletiu aqui dentro. A questão da racionalidade
do tempo é fundamental. Ela deve informar a reforma não só desse Regimento.
Estive em Bagé em janeiro. Lá vários distritos se emanciparam - um
deles é Hulha Negra - e, quando se discutiu na Câmara a questão do Regimento,
uma das questões principais discutidas pelos Vereadores foi a questão do
recesso parlamentar. Hulha Negra, que é hoje um dos menores Municípios do
Estado, tem um dos menores recessos. A Câmara Municipal de Porto Alegre tem um
dos maiores recessos do Brasil. São noventa dias. Isso, sim, é uma imoralidade,
é um retrocesso político. Nós não podemos mais conviver com esse tipo de
instituição política. Ou alguém ainda tem dúvida da origem dos recessos? O
nosso recesso era, até pouco tempo, de cento e vinte dias. Há Câmaras de
Vereadores do Nordeste que funcionam um ou dois meses. Isso é um retrato do
Brasil que nós temos que apagar. O Brasil novo que nós queremos construir não
pode mais conviver com esse tipo de instituição política.
Portanto, é esse tipo de discussão que a questão do Regimento Interno
tem que trazer à tona neste Plenário, e não questões secundárias, na minha
opinião - não que não sejam importantes. Racionalizar o tempo, possibilitar que
os Vereadores tenham acesso à tribuna, tudo bem. Agora: temos que ter presentes
alguns princípios, pelo menos eu imagino que sim, que a Comissão levou em
conta, sim. É isso que repito: a racionalização do tempo é importante.
A segunda questão: a concentração. Acho que não podemos entrar numa
espécie de fantasma de que a Câmara de Vereadores, na medida em que concentra
os trabalhos nas terças, quartas e quintas-feiras - é a proposta inicial; não
sei se será aprovado isso; estou dando a minha opinião pessoal -, digamos que
está correndo risco de a opinião pública dizer que os Vereadores de Porto
Alegre não querem trabalhar. Isso é um absurdo. Não existe isso aí. O
Vereadores trabalham, e se trabalham, de fato, têm que ficar tranqüilos e
efetivarem essa reforma. O nosso paradigma aqui pode até ser, em parte, o
Regimento da Assembléia.. Agora: não se trata disso. Não estamos propondo, na
Comissão do Regimento, a concentração dos trabalhos na terça, quarta e na
quinta-feira para não trabalhar. Repito: isso é um absurdo. Temos que ver essa
proposta como ela é de fato. Nós, na Comissão do Regimento Interno, quando
propomos a concentração é porque se trabalha com outra lógica de funcionamento.
Eu estou convencido, pela experiência que tenho, que é limitada, que é
melhor concentrar, inclusive, as negociações e as discussões de projetos. É
melhor porque não foram uma, nem duas vezes que ficamos, nos fins de semana,
tendo que fazer reuniões e contatos extras para tentar abotoar as negociações.
Está errada essa lógica. A Câmara tem que concentrar as negociações, concentrar
os trabalhos, e creio que as Comissões têm a obrigação de trabalhar, sim. No
nosso caso, a Comissão de Justiça funciona rigorosamente às terças e
quintas-feiras, e não há moleza. É uma Comissão que possui um volume muito
grande de trabalho. Agora: não podemos ter como referência as Comissões que têm
um volume de trabalho menor. Vamos criar fatos; vamos trabalhar espaço político.
Assunto na Cidade, em qualquer área, é o que não falta.
Portanto, não podemos implodir essa idéia de concentrar as Sessões nas
terças, quartas e quintas-feiras em cima de um possível fantasma que a imprensa
irá criar de que a Câmara não está a fim de trabalhar. Com toda a "data
venia", acho isso um senso comum de que todo Legislativo é corrupto. Não é
o caso da reforma que se está pretendendo fazer no Regime Interno. Não estamos
fazendo esta proposta para expor a Câmara, ou para produzir idéias de que aqui
na Câmara não se trabalha.
Precisamos nos posicionar sobre determinado assuntos. Um deles é
questão da racionalização do tempo, outro é a concentração de trabalhos, a
questão da transparência e a questão da moralização. Na minha opinião, acho que
é uma imoralidade a Câmara Municipal de Porto Alegre conviver com um recesso de
noventa dias. Isso é uma herança do período em que os Legislativos foram
esvaziados por uma prática política autoritária vivida pelo Brasil há poucos
anos. Nós, infelizmente, aqui na Câmara, não conseguimos acertar as contas. Os
novos Municípios - repito o exemplo de Hulha Negra - estão já fazendo os novos
regimentos com recessos não superiores a sessenta dias. Essas são as questões
para se discutir o Regimento Interno. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a 1ª Sessão de
discussão geral do PR nº 014/93 - Regimento Interno. Ainda teremos mais duas
Sessões.
RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO
PROC. 2808/93 - REQUERIMENTO Nº 292/93, do Ver. João Dib, que
requer a constituição de nova Comissão Parlamentar de Inquérito, relativa ao
Convênio de Prestação de Serviços firmado entre o Município e a FUNDATEC -
Fundação Universidade-Empresa de Tecnologia e Ciência.
PARECER
- da CCJ. Relator, Ver. Fernando Záchia:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento
nº 292/93. (Pausa.) O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, tenho, reiteradamente, elogiado a atuação deste Plenário. Não tenho
perdido uma única oportunidade onde eu possa exaltar a competência, a seriedade
dos trinta e três Vereadores. É no rádio, na televisão, em reuniões
particulares, porque entendo que este Plenário, realmente, no ano que passou,
mostrou grande competência, grande assiduidade e grande seriedade.
Cumprindo o preceituado na Lei Orgânica, cumprindo o preceituado no
Regimento Interno, eu apresentei a solicitação de uma Comissão de Inquérito
para averiguar fatos novos ocorridos no caso FUNDATEC/SMOV, mais para averiguar
a SMOV do que para averiguar a FUNDATEC, pois não temos mais grandes
preocupações com eles, ainda que eles devam uma resposta.
Se apresentei um projeto de Comissão Parlamentar de Inquérito e se a
própria Comissão de Justiça diz: "entendemos que o Requerimento em tela,
com base no art. 59 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e com base nos
artigos 66, 67 e 68 do Regimento Interno desta Casa, no âmbito desta Comissão
de Constituição e Justiça, atende os diplomas acima mencionados, sendo, pois,
legal e regimental.”...
Ora, Sr. Presidente, eu fiz um Requerimento com um número maior de
assinaturas do que as necessárias. Não entendo por que a Bancada do PT, através
do Ver. João Motta, tivesse buscado um recurso procrastinatório. Honestamente
não entendo. Só que nós não temos nada a esconder, já que só falamos em
transparência. Eu gostaria, com a democracia que me move, com o espírito
democrático que me move, gostaria que fosse votado, e até encaminhei
favoravelmente a votação, mas gostaria de dizer da minha mágoa quando
apresentei, dentro da Lei Orgânica e dentro do Regimento Interno, um projeto
que, para minha tristeza, foi encaminhado à Comissão de Justiça. A Comissão de
Justiça deve dirimir as dúvidas, mas aqui não havia dúvidas. Eu tinha mais
assinaturas do que o necessário e também tinha o objetivo definido daquilo que
eu queria fazer.
Portanto, submeto-me, pelo menos por enquanto, à consideração dos meus
pares, lembrando que São Paulo fez a vistoria de onze obras de arte com
expressão muito mais grandiosa - talvez uma delas fosse capaz de somar quase
todas que foram feitas aqui e custaram 40 mil dólares. A Prefeitura pagou 130
mil dólares do povo de Porto Alegre - talvez algum João Alves esteja recebendo
um pedaço - para muito menos. Mas o pior de tudo é que não havia necessidade de
fazer porque já havia sido feito. Só tomamos conhecimento disso quando estava
se encerrando a Comissão de Inquérito que deveria ter tratado disso. Talvez um
João Alves esteja presente aqui. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz
está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 292/93.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, já argumentamos, no encaminhamento feito na quarta-feira, quando
aceitamos a renovação de votação, o nosso voto contrário a uma reabertura de
uma CPI que já encerrou. O Ver. João
Dib, de uma forma praticamente isolada, mas respeitado, continua achando que
existem fatos que não foram analisados, só que esta Casa, com o dinheiro do
povo...
Vamos ser claros. Estamos votando renovação de Regimento. Alardeamos
nacionalmente que esta Câmara é proba e tem um trabalho eficiente, etc. Agora:
se nós começarmos a ter processos de revanchismos aqui dentro porque um
Vereador ficou insatisfeito, porque um Vereador buscou, durante toda a CPI,
mostrar conhecimentos técnicos de engenharia... E não existem mais engenheiros
no Brasil e nem arquitetos, só ele! Acho que isso, Ver. Dib, vai-nos criar um
constrangimento muito grande aqui perante a população...
O SR JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, o Vereador que está na tribuna não está falando do documento que
está sendo discutido agora, porque o documento que está sendo discutido tem
mais do que as onze assinaturas necessárias - tem quinze assinaturas. Não é
sobre este que ele está falando. Ele está falando de um documento que seria
assinado pelo Ver. João Dib isoladamente, e este não existe. Portanto, em
Questão de Ordem, estou colocando que ele fale em todas as assinaturas que aqui
estão.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, continua o
Ver. João Dib naquela ânsia de passar aquela coisa, pois os Vereadores se
sentem constrangidos. Porque veja bem, Ver. João Dib: vamos colocar as mãos na
consciência, vamos pensar claramente aqui. Muitos Vereadores aqui, que
participaram dessa Comissão de Inquérito, sentem-se constrangidos. Por quê?
Porque são Vereadores que participam de partidos da oposição e nós vivemos num
momento muito difícil no nosso País. Como um Vereador vai dizer aqui que é
contra uma CPI? Agora: este argumento já foi sanado. Vejam os senhores que esta
Câmara discutiu na CUTHAB durante dois meses e meio, quase três meses. Foi
feito um parecer e, aprovado por unanimidade, este Parecer resultou nas bases
para que um Vereador pedisse uma Comissão de Inquérito, e esta Comissão
funcionou durante três meses exemplarmente, com a participação aberta, com a
imprensa, com tudo, os jornais de Porto Alegre, mesmo alguns que queriam fazer
do PT o bode expiatório de um determinado processo - não conseguiram. Agora:
nós, aqui, vamos desprestigiar o Ver. Jair Soares, que foi o Presidente da
Comissão, o Ver. Milton Zuanazzi, que foi Relator da Comissão, e mais nove
Vereadores que estavam aqui trabalhando pela Câmara? Eu representei a Bancada,
mas representei a Câmara. Sinto-me desprestigiado. O que vai acontecer agora?
Se o Ver. João Dib tem um assunto para abrir uma nova CPI, ele precisa,
primeiro, mostrar qual o assunto, e comprovadamente, porque fazer CPI em cima
de suspeitas, em cima de acusações que não tem, como não tiveram.... CPIs para
motivos apenas politiqueiros nós não podemos fazer. E a imprensa do Rio Grande
do Sul, a imprensa do nosso País vai saber disso. A CPI da FUNDATEC passou a
ser CPI inválida, que não valeu. Então, qual a CPI que vai valer daqui para a
frente? Qual a CPI que vai ter crédito da população?
Nós queremos que o Ministério Público analise, à luz da nossa CPI, à
luz de dez mil páginas de documentos, que analise todos os fatos. E aí o
assunto que o Ver. João Dib coloca ainda sobre suspeita, mas sem nenhuma prova,
porque não apresentou prova no decorrer dos seis meses que se discutiu aqui
dentro, nem ele, nem os cinco acusadores que vieram aqui. Nunca apresentaram
provas. Tanto é que dois deles - um deles é muito conhecido meu -, e eu sei que
são homens sérios que caíram numa armadilha, eles se retiraram cedo do processo
para não aparecer aqui como quem está fazendo acusações falsas.
Então, Ver. João Dib, nós devemos rejeitar a nova CPI, ponto um. Ponto
dois: se V. Exa. comprovar que existem fatos realmente relevantes, com provas,
nós vamos concordar com a nova CPI, mas aí é uma outra CPI, sobre um
determinado problema, porque o resto foi exaustivamente ajuizado por essa CPI
da nossa Câmara; quem votou aqui foi a Câmara. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Milton Zuanazzi está
com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 292/93.
O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, encaminho, pela nossa bancada, favorável à reabertura. Vou mais uma
vez insistir no pronunciamento meu, desta tribuna, na ocasião daquela primeira
votação com a minha Declaração de Voto, que consta no processo, de que essa
nossa posição favorável tem o intuito único e exclusivo de não se posicionar
contra qualquer tipo de investigação.
Nós trabalhamos exaustivamente naquela CPI. Convocamos técnicos com
capacidade reconhecida nacional e internacionalmente. Trabalhamos vários
detalhes, conseguimos um relatório, por final, consensual entre todos os
membros da CPI, que apareceu, que detectou falhas, que remeteu este processo
para frente e que não encontrou dolo, mas encontrou falhas, irregularidades.
Após isto, o Ver. João Dib entendeu que tinha fatos novos a apresentar e novos
depoimentos.
Eu quero agora, Ver. João Dib, explicitar a V. Exa. e aos nobres
colegas o que para mim significam fatos novos. Fatos novos, na minha opinião,
significa que alguém venha aqui - V. Exa. cita alguns - nos dizer que aquele
serviço executado já estava pronto dentro da SMOV. Por isso que eu chamei não
mais CPI FUNDATEC/Prefeitura, mas CPI/SMOV.
Vamos agora para dentro da SMOV. Ou seja: havia funcionários que
sonegavam informações ao responsável - na época, o Arquiteto Newton Burmeister
-, à Administração Pública, ou havia conluio. Para mim, é este o fato novo. Não
existindo, esta CPI se encerra numa Sessão. Porque daí seria um exercício que
contrariaria até o relatório, todo aquele trabalho exaustivo. Fato novo é este:
havia documentos que foram sonegados ao administrador, ou então o
administrador, em conluio com essas pessoas, fez de conta que não existiam os
documentos. Aí, além de ser fato novo, é fato grave, extremamente grave. Nós
não podemos deixar de averiguar. Essa é a minha posição.
Agora: não vou mais confiar em avaliação, o que é a inspeção, o que são
os critérios técnicos para fazer inspeção. Esta discussão foi profundamente
debatida entre nós e me parece que ficou clara sobre tudo isso. Não basta
alguém vir e dizer que o Fulano de Tal tinha condições de fazer uma avaliação.
Tinham condições de fazer e não fizeram? Por que não o fizeram, se tinham
condições de fazer? O próprio Arquiteto Burmeister e o Paulo Nascimento,
ex-Diretores da SMOV, foram muito claros - que a intenção eles não era
simplesmente uma inspeção, porque, fazendo isso, chegariam à conclusão de que
havia problemas. Eles tinham a intenção de criar um critério de avaliação para
o futuro das obras de arte da Cidade. Esta é outra discussão, em que eu não vou
entrar.
Quero deixar claro que eu
aceito a CPI. Encaminho a favor, mas ela tem esses limites. A bancada vai-se
posicionar assim. Eu estava falando com o Ver. Mário Fraga sobre esses limites,
senão vamos estar, de novo, buscando algo exaustivamente discutido. Os limites
são estes, ou seja: o fato novo qual é? Havia a informação e o administrador
não foi informado? Segundo: o administrador também sabia e esteve em conluio
com o funcionário da Secretaria Municipal de Obras e Viação para fazer este
acordo com a FUNDATEC? Se detectarmos isso, me parece que aí a CPI tem mérito,
tem valor, e é por isso que estou encaminhando nesse sentido.
De forma que eu acho que ficou bastante claro, porque, no decorrer dos
trabalhos de que eu vou participar - evidente que vamos ter que eleger um novo
Presidente, um novo Relator -, eu faço questão de participar como membro
somente, mas não quero, de forma nenhuma, entrar numa discussão que, para mim,
já foi devidamente debatida. Fato novo é fato novo e, por isso, o meu voto
favorável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 292/93.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, vamos encaminhar contrariamente o pedido por um motivo muito
simples: certamente, o Ver. Zuanazzi, que foi um dos relatores, o Ver. Jair
Soares, que foi o Presidente da Comissão, o Ver. Luiz Negrinho, que foi relator
do outro grupo de trabalho, de certa maneira devem ficar constrangidos de eles
terem feito um trabalho que hoje fica contestado se viermos a aprovar a reabertura
da Comissão. Eu acho que a Câmara cumpriu a sua função exaustivamente.
O Ver. Zuanazzi, evidentemente, fez um encaminhamento de bancada e não
pessoal. Não é a sua posição particular e, sim, da bancada. Ele deixou isto bem
claro. Vamos desprestigiar a própria Casa ao reabrirmos a Comissão. Por quê?
Porque a Câmara cumpriu o seu papel, a Câmara enviou à Promotoria aquilo que
cabia, e retomar o trabalho no âmbito da Câmara é ficarmos duvidando de nós
mesmos. Concordamos plenamente com o Ver. Zuanazzi de que, se existem
documentos novos, estes devem ser encaminhados diretamente ao Judiciário,
porque a Casa fez o que, na época, teve acesso e poderia ser feito.
Imaginem se tivéssemos que reabrir todas as CPIs anteriores porque
surgiram fatos novos nesta Casa ou por aí a fora! Seria um sem-fim de
reabertura de Comissões e nenhuma conclusão. O que o contribuinte quer são
conclusões. No âmbito deste Legislativo, fizemos muito bem a nossa parte. Lemos
exaustivamente o documento. Não fomos chamados diretamente à votação, mas
realmente foi um trabalho excelente, tanto que houve o consenso dos membros da
Comissão.
É um direito do Ver. João Dib tentar a reabertura, mas, pessoalmente,
achamos que será um desgaste à Casa, sem nenhuma soma para o resultado final. É
por isso que votarei contrário ao pedido de reabertura. Era isso. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 292/93.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, devo começar o meu discurso recordando que fui o único Vereador que
recusou a assinatura na abertura da CPI que apurou esses fatos. Na sessão
inaugural da Comissão, fiz uma declaração dizendo que participava da Comissão,
mas que não gostaria que o meu pensamento fosse convalidado pelo resultado dos
trabalhos, porque eu tenho muito medo de CPIs pelo resultado que possam
oferecer. E, infelizmente, parece que as minhas suposições estão-se
confirmando.
Se reabrirmos essa CPI, estamos dando a nós mesmos um atestado de
incompetência, de inconsciência e que CPI, também nesta Casa, é uma fábrica de
"pizza". Todos os novos fatos - e respeito a opinião de todos os
companheiros - poderão ser adicionados ao processo, que a Justiça examinará. E
houve coisas nessa CPI que não foram divulgadas, que não foram trazidas a lume,
que, a pretexto de ajudar a esclarecer certas coisas, prejudicaram outras. A
UFRGS teve prejuízos nesta história. Não se disse e nem vai se dizer agora.
Por isso, Srs. Vereadores, me sinto compelido a votar contra a
reabertura desta CPI. Não gostaria que aquilo que expus aqui e lá na Comissão
se transformasse na realidade, porque ainda acredito na instituição
parlamentar. Gostaria que a instituição parlamentar fosse respeitada. mas, de vez
em quando, os próprios parlamentares se encarregam de diminuir a credibilidade
dessa instituição. Temos que dar um jeito nisso. Neste episódio, voto
tranqüilamente contrário à reabertura da CPI. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, é a reabertura de uma CPI que esta Casa deu por
encerrada, ou é uma nova CPI?
O SR. PRESIDENTE: Ver. Pedro Américo Leal,
estamos hoje, aqui, votando a renovação de votação. Agora, estamos votando a
constituição de uma nova CPI entre o Município e a FUNDATEC.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Não queria dialogar com V.
Exa., mas eu queria saber, porque, na verdade, nós não podemos entrar em
contradições. Reabrir uma CPI que já demos aqui por encerrada seria uma verdadeira
cascata.
O SR. PRESIDENTE: Não estamos reabrindo, mas
votando uma nova CPI.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ
(Questão de Ordem): A Questão de Ordem é exatamente neste sentido. Estamos reabrindo um
assunto que foi motivo de uma CPI. É o mesmo assunto. O Ver. João Dib tem uma
proposta que está retomando a discussão do que já foi discutido. Não
conformado, ele está fazendo isso. É a reabertura do mesmo assunto, e
sofismando, aqui, que é uma nova CPI. Eu recorrerei a instâncias apropriadas
para saber melhor este assunto, porque estamos confusos com este processo.
O SR. PRESIDENTE: Solicito que as Questões de
Ordem sejam firmadas, realmente, dentro do Regimento.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, para esclarecimento, eu gostaria de saber se não seria
possível que esses documentos que o Ver. João Dib diz ter recolhido depois de
encerrados os trabalhos da CPI da FUNDATEC sejam anexados ao Ministério Público
- aquele material da Câmara - por outra via, dado que se trata do mesmo
assunto.
O SR. PRESIDENTE: Pode, mas nada impede que o
Vereador tenha novos documentos e peça uma nova CPI.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Entende que o pedido do
Vereador é legítimo, mas existe a possibilidade de serem levados ao Ministério
Público?
O SR. PRESIDENTE: De acordo com a
Constituição Federal, qualquer pessoa do povo pode levar denúncias ao
Ministério Público.
O SR. MILTON ZUANAZZI
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, para esclarecimento: pelo que entendi e li, trata-se
de Requerimento de uma nova CPI. Não é mais sobre o assunto que nós debatemos,
mas, sim, sobre fatos novos, e há testemunhas - fatos novos em que o Ver. João
Dib arrola testemunhas. A posição da nossa bancada é essa: exatamente o
Requerimento, ou eu li mal.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. está correto em seu
pensamento. O que se pede aqui é a constituição de uma nova CPI, fundada em
novos documentos.
Srs. Vereadores, foi feita uma Questão de Ordem pelo Ver. João Motta,
que foi encaminhada à Comissão de Justiça. O Ver. Fernando Zachia foi relator
e, de acordo com o parecer do Relator, que tenho em mãos, a parte final diz
assim: "Entendo que o Requerimento em tela, com base no art. 59 da LOM e
com base nos artigos 66, 67 e 68 do Regimento desta Casa, no âmbito desta
Comissão, atende os diplomas acima referidos." Este é o Parecer firmado
pelo Ver. Fernando Zachia, que recebe assinaturas dos Vereadores Eloi
Guimarães, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João Motta, que votou contra, José
Gomes, que votou com restrição ao Parecer, e Ver. Luiz Braz, que votou pela aprovação.
Então, há parecer assinado pelo Ver. Fernando Zachia.
Com a palavra, por cinco minutos, o Ver. Jocelin Azambuja para
encaminhar o Requerimento nº 292/93.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, parece-me que este esclarecimento proporcionado neste diálogo dos
Vereadores com a Mesa veio a nos ajudar, até, a esclarecer melhor a nossa
posição.
Vi manifestações de que não estaria sendo correto voltarmos a discutir
o mesmo assunto, de que se esvaziaria o espírito das CPIs e de tudo o mais. Não
me parece isso. A Bancada do PTB entende que, se regimentalmente é legal o
encaminhamento, o Requerimento feito pelo Ver. João Dib, não há que
questionarmos o Regimento que nós mesmos fizemos. Seria até um ato de
incoerência e irresponsabilidade nossa. E nós estamos fazendo aqui aquilo que a
Justiça faz, dentro dos princípios do contraditório, dentro dos princípios dos
fatos novos que ocorrem nos processos. E hoje estão sendo trazidos à luz fatos
novos que envolvem uma nova CPI. Está correto nós, como Legislativo,
avaliarmos. Os senhores sabem muito bem.
O Ver. Clóvis Ilgenfritz, que eu considero de conhecimento na área, os
nobres Vereadores da Bancada do Governo sabem disso. Eu acho que o Governo não
deve ter medo disso, não deve ter preocupação em relação a isso. Se está
fazendo as coisas com seriedade, com responsabilidade, não há o que temer. Me
parece que isso, se consubstanciarmos que não existe qualquer problema em
relação a essa situação, só vai fortalecê-los como Administração Pública.
Parece que é um tanto contraditória essa posição dos senhores de irem
por uma linha de querer desprestigiar a CPI, de dizer aos colegas que estiverem
na CPI poderiam ficar constrangidos. Eu conversei com os colegas que
participaram da CPI e ninguém me disse que estava constrangido com nada. Se os
colegas que participaram não estão constrangidos pela abertura dessa nova CPI,
não nos cabe vir aqui dizer que existiria esse tipo de constrangimento. Não nos
cabe, aqui, tolher um direito legislativo que nós temos. Se em alguma matéria
pairam dúvidas, temos que esclarecê-las. Não podemos ser hipócritas de dizer
que o Ministério Público vai resolver. Compete a nós resolver. O Poder
Legislativo, se tem prerrogativas legais de examinar a questão diante de novos
fatos, tem que fazê-lo para que, se não houver qualquer irregularidade,
qualquer mácula em relação àquilo que o Executivo fez, que ele seja aplaudido
pelo seu bom trabalho. E, se tiver, nós estamos cumprindo a nossa missão. O PTB
não vê qualquer desgaste, tanto para a Administração Municipal e muito menos
para o Legislativo, que está cumprindo o seu dever e não pode abrir mão de
cumprir o seu dever. E não podemos vir aqui a esta tribuna e falar mal do nosso
Regimento. Considero até um ato de falta de bom senso.
Ora, se existe prerrogativa legal - a Comissão de Justiça comprovou que
existe -, o Vereador está no exercício correto do seu mandato parlamentar e a
investigação tem que ser feita para que não pairem mais dúvidas. Eu não
gostaria - e tenho certeza que nenhum dos colegas gostaria - de ficar com
dúvidas. A dúvida é a pior coisa que existe. Quando levantarem alguma dúvida
sobre o trabalho de qualquer cidadão, qualquer parlamentar, qualquer membro do
Executivo... A pior coisa que pode ficar é a dúvida. Nós não podemos ter medo
de esclarecê-las.
Tenho certeza de que a Administração Municipal não tem medo de qualquer
esclarecimento. Tenho certeza de que o Prefeito Tarso Genro e seus Secretários
não têm medo de qualquer esclarecimento. Por que, então, vamos nos posicionar
contrariamente? Que se faça! Que se esclareça! Que se diga à opinião pública o
que é e o que não é! Agora: ficarmos aqui preocupados porque vai acontecer a
CPI?! Que aconteça!
O Partido Trabalhista Brasileiro é a favor. Vai votar a favor para que aconteça
a CPI, para que se esclareçam definitivamente essas questões e para que não
pairem mais dúvidas sobre o trabalho da Administração. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está
com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 292/93.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, junto à Comissão de Constituição e Justiça, fui Relator desse
processo na ocasião e entendo que juridicamente esta é a nossa função. Na
Comissão de Justiça, dei o meu parecer jurídico: é um fato novo, é uma nova
CPI, independentemente da que houve aqui, no Plenário, aberto. É uma outra
discussão.
Eu tenho uma preocupação, a meu ver, pertinente: é de que temos que
resguardar os Poderes, tanto o Legislativo como o Executivo. Essa CPI foi
extremamente discutida e participativa por todos, mesmo por aqueles Vereadores
que não estivessem fazendo parte desta Comissão. Nós tínhamos o máximo
interesse, pois era um assunto importante, um assunto que tinha a ver com a
Cidade. Ela foi conduzida - eu não tenho essa experiência - , mas os Vereadores
mais antigos desta Casa ressaltaram a responsabilidade, o caráter dos
Vereadores que dela participaram. Examinaram-se todos os documentos;
trouxeram-se pessoas especializadas de São Paulo, do Rio de Janeiro. Enfim,
aquela CPI - aí eu concordo com o Ver. João Dib -, ela foi extremamente
analisada. No momento em que o Ver. João Dib traz um novo documento, o que
caracteriza uma nova Comissão, começo a duvidar de algumas coisas. É um
documento que tinha a participação do Presidente da Casa. Esperaram vencer o
prazo para depois fornecer os documentos ao Ver. João Dib. Todos os trinta e
dois Vereadores demonstraram interesse em participar e acompanhar essa CPI. O
Ver. Wilton Araújo certamente teve o mesmo interesse que todos nós tivemos
nesse assunto. Será que ele esperou o prazo para fornecer esses documentos ao
Ver. João Dib? Tenho dúvidas.
Temos que ter uma preocupação com o Poder Legislativo. Se existe uma
credibilidade positiva ou negativa compete a nós a sua existência. Todos os
assuntos são importantes na visão de cada Vereador. Temos que ter cuidado em
abrirmos CPIs por qualquer assunto - não digo que o seu assunto não é
importante. Esta CPI, eu tenho certeza, foi extremamente discutida, foi muito
analisada. Esse é um fato novo, cabe analisar. Agora: por mim, não pela Bancada
do PMDB, porque ela está dividida, não convenceu.
Entendo que o Ver. João Dib é responsável, mas ele participou desta
Comissão. A Prefeitura poderia ser acusada de não ter feito a licitação, mas a
FUNDATEC não teve culpa; ela é uma empresa. Se hoje no jornal está a manchete
"Criação da nova CPI da FUNDATEC", a FUNDATEC não tem nada a ver, não
pode ser responsabilizada. Ela é uma empresa, ela fica com sua imagem
prejudicada. Não podemos prejudicar uma empresa que faz suas atividades de
maneira honesta se a Prefeitura não faz a licitação, ou está envolvida com uma
coisa de que não temos certeza.
V. Exa. foi Prefeito e também utilizou o serviço dessa empresa, assim
como o próprio ex-Governador Jair Soares, demonstrando que é uma empresa séria
e idônea, mas hoje estamos correlacionando-a com fatos que não correspondem, me
parece, com o conceito dessa empresa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento
292/93. Solicito ao Sr. 2º Secretário que proceda à chamada para a votação
nominal.
(O Sr.
Secretário inicia a chamada.)
(Tumulto no
Plenário.)
O SR. PRESIDENTE: Está suspensa a Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 11h16min.)
O SR. PRESIDENTE (às 11h17min): Estão reabertos os trabalhos. Solicito a V. Exas.
que permaneçam em seus assentos e em silêncio para procedermos à continuação da
votação.
Em votação o Requerimento nº 292/93. (Após a chamada.) REJEITADO por 17 votos NÃO, 12 votos SIM e uma ABSTENÇÃO.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, solicito que me sejam fornecidos nominalmente os votos
"sim", os votos "não", "abstenção" e os
Vereadores ausentes.
O SR. PRESIDENTE: Forneceremos a V. Exa.
O SR. JOÃO DIB: Para um Requerimento, Sr.
Presidente. Eu solicito o Parecer autenticado da Comissão de Justiça em relação
a este processo de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
O SR. PRESIDENTE: Eu pediria que V. Exa.
requeresse ao Presidente da Comissão de Justiça.
O SR. JOÃO DIB: Foi debatido no Plenário;
portanto, solicito ao Presidente da Casa.
O SR. PRESIDENTE: Sim, mas como o Requerimento
pertence à Comissão de Justiça, pediria a V. Exa., por favor, que requeresse ao
Presidente da Comissão para que ele fornecesse a V. Exa. o Parecer.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu acho que
deve ser o Presidente da Casa, porque quero entrar na Justiça com o Parecer.
O SR. PRESIDENTE: Forneceremos a V. Exa, a
partir da informação que temos aqui da Mesa, uma cópia autenticada do Parecer
da Comissão de Justiça.
Passamos aos Requerimentos encaminhados à Mesa.
(Obs.: Foram
submetidos ao Plenário os Requerimentos constantes na Ata.)
Nada mais havendo a tratar na Ordem do Dia, passamos ao período de
EXPLICAÇÃO PESSOAL
O Ver. Milton Zuanazzi está com a palavra. Ausente. O Ver. Antonio
Hohlfeldt está com a palavra. Ausente. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o registro no noticiário da imprensa de hoje revela a ausência de
funcionários para o atendimento junto à FAE, Fundação de Assistência ao
Estudante, que é dirigida por uma suplente de Vereadora, a companheira Mariza
Abreu, que coordena o trabalho e revela a existência apenas de dois
funcionários e que tem necessidade de funcionários para o trabalho da
importância que faz esta instituição, sobretudo no início das atividades
escolares, do atendimento que ela dá na Cidade de Porto Alegre. O que se
observa é que esta instituição de atendimento ao estudante não tem condições de
funcionar pela ausência dos funcionários.
Eu, sinceramente, em razão da proximidade das atividades escolares e
pelo trabalho importante que realiza a FAE em relação à comercialização a
preços abaixo do mercado de material escolar... Então, evidentemente que
tínhamos que buscar uma forma de viabilizar o trabalho desta instituição,
inclusive através, eventualmente, de um convênio emergencial com a própria
Prefeitura de Porto Alegre no sentido de fornecer funcionários para o
atendimento aos estudantes neste período. Acho que seria uma forma de
resolvermos pelo menos de forma emergencial, porque é um órgão da União, antes
mesmo daquilo que é tão aguardado, que é a realização de concurso público para
preenchimento dessas vagas.
Como o ano escolar está prestes a se iniciar e como a atividade desse
órgão é fundamental para a comercialização por preços razoáveis de material
escolar, deixamos aqui esta sugestão e vamos, inclusive, buscar, junto ao
Executivo Municipal, à própria Secretaria de Educação e ao Prefeito Municipal,
uma proposta no sentido de que, emergencialmente, estabeleça-se um convênio
entre a FAE, que é um órgão federal, e o Município de Porto Alegre para
propiciar a cedência, mesmo que seja temporária, de alguns funcionários para
que dêem atendimento à FAE neste momento importante. Não adianta ter o material
escolar, o livro didático, o caderno, o lápis, sem que tenha alguém que
colabore. Eventualmente, as próprias Forças Armadas poderiam dispor de alguns
soldados para colocar à disposição da FAE, Ver. Pedro Américo Leal, para
atender em caráter emergencial, e acredito que, se a FAE buscasse voluntários
para atendimento neste período do ano letivo, Ver. João Dib, não tenho dúvida
de que apareceriam voluntários para colaborar com esta instituição.
É a nossa preocupação - na medida em que atinge os moradores de Porto
Alegre e uma parcela significativa daquelas pessoas que necessitam do trabalho
que a FAE realiza na assistência ao estudante - propiciar a aquisição de
material escolar por preços sobretudo abaixo do mercado. Porque, a não vingar
essa idéia de que a FAE possa colocar seus produtos no mercado por preços
abaixo dele, fica a preocupação de que a União não está interessada em
propiciar uma alternativa de colocar material escolar abaixo dos preços do
mercado para a comunidade escolar no início do ano letivo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Pedro
Ruas em Explicação Pessoal.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, não poderia deixar passar sem registro, nesta tribuna, o dia de
ontem, quando completou dezessete anos de cassação do ex-Vereador Marcos
Klassmann, na época Vereador desta Casa.
É importante salientar este momento porque a Nação vive hoje a
perspectiva de uma série de cassações de mandatos de parlamentares envolvidos
em escândalos, corrupção, negociatas e todo tipo de irregularidades. É trágico,
para Vereadores como Marcos Klassmann e Glênio Peres, terem na sua biografia -
a de Glênio Peres "poste mortem" - o título cassado, que para eles
sempre foi motivo de orgulho, uma vez que foram cassados por delito de opinião,
foram cassados pelo regime ditatorial por pensarem e falarem diferentemente da
voz oficial, serem e manterem o título cuja expressão é a mesma que passará a
ser usada pelos atuais parlamentares que saírem do Congresso Nacional. A
expressão é a mesma, mas a fundamentação é absolutamente diferente.
O registro se impõe porque, na biografia dos homens e mulheres cassados
no período do regime militar, existem sempre pontos que são absolutamente
motivos de honra e orgulho. Esses jamais poderão ser confundidos com os
próximos cassados já durante a democracia. Na verdade, nem essa expressão
deveria ser usada para evitar a confusão. Aqueles cassados fizeram a história
deste País pelo lado positivo. Os próximos cassados, envolvidos em CPIs, farão
a mesma história pelo lado negativo.
Há mais um lado importante: Marcos Klassmann e Glênio Peres foram os
únicos Vereadores de todo o Brasil reintegrados em seu mandato com a Lei da
Anistia de 1979. Os únicos Vereadores. Esta Câmara passou para a história,
reintegrando no mandato popular dois Vereadores.
Encerro registrando o orgulho de que esses dois parlamentares, que
foram exemplos e que marcaram a vida desta Cidade pelas suas posições e pelo
seu trabalho, tiveram uma atuação suprapartidária. Mesmo pertencendo, na época,
ao MDB e, posteriormente, ao PDT, tiveram a sua vida, a sua trajetória política
tiradas como paradigmas, como modelos para várias outras trajetórias e várias
outras carreiras de políticos. Enfim, Marcos Klassmann, cuja cassação completou
dezessete anos ontem, representa para nós, da sua geração, um exemplo a ser
seguido. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João
Dib em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ninguém poderá dizer que eu não seja um homem de convicções, que eu
não seja um homem de coerência, que eu não seja um homem de atitudes pensadas.
Ninguém poderá fazer isso. Nenhum Vereador desta Casa, por mais explosivo e
temperamental que seja, poderá me agredir, como fui agredido hoje pelo Sr. Ver.
Clovis Ilgenfritz.
Eu sou um Vereador responsável. Tenho um passado nesta Cidade que deve
ser preservado, que conquistei ao longo de uma vida inteira, e não será nos
últimos momentos desta vida que jogarei fora. Sou um homem de convicções, Sr.
Presidente, tanto que pedi a V. Exa. a cópia do Parecer da Comissão de Justiça
porque tenho a absoluta convicção de que não deveria ter havido votação
nenhuma. E, na época, o então Presidente Wilton Araújo deveria ter determinado
a constituição da Comissão Parlamentar de Inquérito que eu havia solicitado,
porque o fiz na forma regimental.
Eu tenho a absoluta convicção de que a Justiça há de fazer a Câmara
voltar atrás, e lamento profundamente fazer o que farei: vou à Justiça, porque,
então, eu não seria o João Dib que acredita no que faz, porque tenho um passado
inteiro de coisas corretas. Absolutamente corretas. Tão corretas que nem mesmo
a tentativa de chantagem de parte do Ver. Guilherme Barbosa fez com que me
intimidasse.
O que ocorreu na CPI da FUNDATEC estava tudo absolutamente certo.
Quando, numa conversa informal com o Diretor-Geral da Casa, Sr. Raul Veiga
Lima, fiquei sabendo que existia uma pasta com todas as vistorias e não havia
mais tempo para que eu fizesse uma solicitação de algum esclarecimento sobre
esta pasta, falei sobre ela, quando já estávamos no término, e, se deixássemos
completar os noventa dias, a CPI seria arquivada. Falei sobre ela e fui
ameaçado pelo Ver. Guilherme Barbosa com uma lista de contratos com a FUNDATEC,
onde, inocentemente, se colocava uma seta no ano de 1978, quando a SMOV fez um
contrato com a FUNDATEC.
Nesse ano de 1978, o Engenheiro
João Antônio Dib era o seu Secretário de Obras. Mandei buscar o contrato,
porque eu não tenho nada para esconder. Tenho um passado muito limpo. Não sei
se todos podem dizer a mesma coisa em relação a esta CPI. Mandei buscar o
contrato. Era um contrato de três mil dólares precedido de licitação. A
FUNDATEC ganhou - precedido de licitação! Não era de trezentos e cinqüenta mil
dólares. O Ver. Guilherme Barbosa estava presente no momento de acertar
detalhes. Tinha conhecimento. O Engenheiro Flávio Maestri dizia que a SMOV tinha
competência para fazer as vistorias.
Na realidade, eu tinha um fato absolutamente novo: a existência de uma
pasta, a chegada de documentos que havia pedido ao longo da CPI, que só
chegaram depois do dia 4 de novembro, vindo de São Paulo - que deve ter chegado
no dia 6 ou 7 de novembro, quando a Comissão havia encerrado os trabalhos -,
mostrando ali onze vistorias de alto porte onde se pedia prova de carga, que
custaram quarenta mil dólares. Um viaduto com 1006m, com dificuldades para
serem transpostas para fazer a vistoria, com 20m de largura. Não era uma
passarela com 32m por 1,5m, não era. Era um viaduto de 1006m, viaduto de 400,
800, com 28m de largura. Eram passarelas e mais passarelas - tudo dava quarenta
mil dólares. O Ver. Guilherme Barbosa quis mostrar que lá foi mais barato,
porque, se lá, em média, custou três
mil e seiscentos dólares, aqui, as passarelas de 32m deveriam custar a mesma
coisa. Eu nunca forcei ninguém a números, nem a coisa nenhuma. Sou claro,
preciso. Posso estar equivocado, não sou dono da verdade, mas eu estudo as
coisas que faço. Não tenho que ser agredido por ninguém.
Preciso e exijo o mesmo tratamento que eu dispenso aos meus colegas.
Por isso, comunico com tristeza: vou acionar a Câmara Municipal de Porto Alegre
na Justiça. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está inscrito em Explicação
Pessoal o Ver. Jocelin Azambuja. Ausente. O Ver. João Dib. Desiste. O Ver.
Mário Fraga está com a palavra.
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é com satisfação que retorno para falar sobre Belém Novo. Enfim,
uma notícia boa, e pediria ao jornalista da Casa que conseguisse para nós,
através da coluna "Nossa Cidade", uma carta que o Diretor do DMAE,
Dieter Wartchow, mandou ao "Jornal do Comércio" sobre minhas
alegações de Belém Novo.
Gostaria de ler um pedacinho da carta que a coluna publicou:
"Dieter Wartchow não concorda com as informações de que Belém Novo foi
abandonado pela Administração Popular e explica que, desde a gestão de Olívio
Dutra, um significante montante foi aplicado naquela área e que neste ano o
DMAE irá aplicar 13% do total de seus recursos para investimento em Belém
Novo."
Vejam como o DMAE é bonzinho: vai aplicar 13% em Belém Novo. Ele está
dizendo isso no jornal e mandou uma carta ao "Jornal do Comércio"
dizendo que aplicará 13%. Já temos o que cobrar. E vai adiante: deste total,
ele diz que "lançará 27km de rede de esgoto, fará quatro estações de
bombeamento e uma estação de tratamento de esgoto, além do término do novo
reservatório da estação de tratamento de água", que foi a única coisa que
falei que o DMAE fez, na Administração Popular, em Belém Novo - o término da
estação de tratamento de água que o então Prefeito Alceu Collares começou. E
agora o Dieter Wartchow, do DMAE, nos dá uma resposta como esta. Eu não quero
mais nada, se ele fizer só a metade disso.
Eu gostaria que a imprensa da Casa me conseguisse uma cópia desse papel
que o Sr. Dieter Wartchow mandou, pois o único papel que eu tinha era o do DEP,
de uma obra de 11 milhões de cruzeiros que ele disse que não faria, e agora diz
que vai fazer tudo isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 11h55min.)
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